Interdição total ou parcial: quando é necessária?

Interdição total ou parcial: descubra quando é necessária e como proteger direitos e patrimônios!

Indice Geral

Você já ouviu falar em interdição? Esse é um tema que, muitas vezes, suscita dúvidas importantes, especialmente para familiares e responsáveis de pessoas que enfrentam dificuldades para tomar decisões ou administrar seus próprios bens. Questões como “Quando a interdição é necessária?”, “Quais situações exigem a interdição total ou parcial?” ou “Como funciona o processo de interdição?” são comuns e, por vezes, causam ansiedade e incertezas.

Se você está buscando entender melhor esse assunto para proteger alguém que ama ou para tomar decisões conscientes, este artigo foi feito para você. Aqui, explicarei, de maneira simples e completa, o que significa a interdição, como ela funciona, em que situações é aplicada e como esse processo pode evitar problemas futuros. Vamos lá?

Explicação conceitual e legal

A interdição é um mecanismo jurídico previsto no Código Civil Brasileiro que tem como objetivo proteger pessoas que, por motivos específicos, não podem exercer plenamente seus direitos ou gerir sua vida de maneira independente. Conforme o artigo 1.767 do Código Civil, estão sujeitos à curatela (instituição decorrente da interdição):

  1. Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos.
  2. Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a sua vontade.
  3. Os pródigos (aqueles que gastam de forma excessiva, colocando o próprio sustento em risco).

É importante destacar que, desde a entrada em vigor do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), o conceito de interdição sofreu alterações significativas. Anteriormente, falava-se em incapacidade absoluta ou relativa para diferenciar pessoas que não podiam tomar nenhuma decisão daquelas que possuíam limitações menores. Hoje, essa ideia foi substituída pela análise de capacidade legal plena, com foco na promoção da autonomia das pessoas com deficiência.

Com isso, nos casos em que antes se aplicava a interdição total, hoje a lei prefere soluções menos restritivas, mas que ainda protejam os direitos fundamentais do interditando. A interdição parcial continua sendo uma alternativa para situações onde é necessário limitar decisões específicas, como na administração de bens.

Diferença entre interdição total e parcial

  • Interdição total: Ocorre quando a pessoa não consegue praticar qualquer ato da vida civil de modo consciente, necessitando de um curador para todas essas funções. Exemplos comuns são casos graves de Alzheimer ou deficiência mental severa.
  • Interdição parcial: Aplicada quando a pessoa tem discernimento para algumas atividades, mas carece de proteção em outras, como a administração do patrimônio ou assinatura de contratos. Nesse caso, o juiz delimita os atos que dependerão de curador.

Em ambas as situações, o objetivo não é restringir direitos de forma arbitrária, mas sim proteger as pessoas em situações de vulnerabilidade.

Exemplos práticos ou hipotéticos

Para ajudar você a entender melhor como a interdição funciona, vejamos alguns exemplos práticos.

Caso 1: Interdição total

João, 78 anos, foi diagnosticado com Alzheimer em estágio avançado. Ele não se lembra de procedimentos básicos, como pagamentos ou datas importantes, e já está completamente dependente de sua família para atividades cotidianas. Diante disso, os filhos de João decidiram entrar com o pedido de interdição total. O juiz analisou laudos médicos e determinou que João fosse interditado totalmente, designando um de seus filhos como curador para gerir todas as decisões e patrimônios necessários.

Caso 2: Interdição parcial

Maria, 45 anos, sofreu um acidente que comprometeu parte de suas funções motoras e cognitivas por um tempo indeterminado. Apesar da dificuldade em lidar com questões financeiras, Maria consegue expressar sua vontade e tomar decisões em situações cotidianas. Nesse caso, o juiz determinou uma interdição parcial específica para a administração de bens, delimitando os atos em que Maria precisará de um curador.

Caso 3: Pródigo

Pedro, 30 anos, desenvolveu um comportamento compulsivo de gastos com jogos e apostas, acumulando dívidas que colocaram seu sustento em risco. Diante disso, os pais de Pedro, preocupados com o futuro do filho, ingressaram com o pedido de interdição parcial, alegando que ele é pródigo. O juiz determinou que Pedro será acompanhado por um curador apenas para questões patrimoniais, podendo tomar suas próprias decisões em outros temas.

Dicas práticas e orientações preventivas

Se você acredita que um familiar ou pessoa próxima precisa ser interditado, saiba que esse é um processo cercado de responsabilidade. Abaixo estão algumas orientações para garantir que tudo seja feito de maneira ética e segura:

  1. Avalie o grau de necessidade: Antes de solicitar uma interdição, investigue a real capacidade da pessoa de tomar decisões. Muitas vezes, algumas adaptações e apoios legais, como a tomada de decisão apoiada (também prevista no Estatuto da Pessoa com Deficiência), podem ser suficientes.
  2. Busque laudos médicos: Para iniciar o processo, é essencial reunir documentos que comprovem a condição da pessoa, como laudos médicos, diagnósticos e relatórios de psicólogos ou assistentes sociais.
  3. Evite atos precipitados: A interdição é uma medida séria, e solicitações indevidas ou sem fundamento podem gerar conflitos e até problemas jurídicos. Certifique-se de que a interdição é a única solução viável.
  4. Planeje previamente: Em alguns casos, familiares podem evitar a judicialização de conflitos ao estruturar um planejamento patrimonial e sucessório eficiente, como a elaboração de testamentos, doações ou a criação de uma curatela antecipada.
  5. Considere alternativas: É importante lembrar que o Estatuto da Pessoa com Deficiência permite mecanismos menos invasivos de proteção, como a figura da decisão apoiada, onde a pessoa com deficiência escolhe duas pessoas de sua confiança para auxiliá-la na tomada de decisões.

Quando procurar um advogado

Ingressar com um processo de interdição exige o suporte de um advogado, por ser um ato jurídico complexo que envolve questões legais e emocionais delicadas. O advogado será responsável por:

  • Orientar em relação à documentação necessária, como laudos médicos e provas de incapacidade.
  • Ingressar com a ação judicial e acompanhar as etapas do processo.
  • Garantir que os direitos de todas as partes sejam respeitados durante a tramitação.
  • Auxiliar na definição do melhor tipo de interdição, total ou parcial, conforme os interesses do interditando.

Buscar apoio jurídico precoce pode evitar não apenas erros no processo, mas também mal-entendidos que podem gerar conflitos entre familiares.

Conclusão

A interdição, total ou parcial, é uma medida que visa proteger pessoas vulneráveis, preservando sua dignidade e direitos fundamentais. Embora seja uma decisão que envolve aspectos emocionais e jurídicos complexos, é uma ferramenta importante para garantir a segurança daqueles que não conseguem gerenciar alguns ou todos os aspectos de suas vidas.

Se você está lidando com uma situação semelhante, lembre-se de que o planejamento jurídico preventivo pode evitar problemas maiores no futuro. Contar com o apoio de um advogado experiente é essencial para proteger o patrimônio e os direitos daquela pessoa que precisa de atenção especial.

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Douglas Barcala
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