Diferença entre prescrição e decadência: como identificar

Entenda a diferença entre prescrição e decadência e como esses prazos influenciam seus direitos jurídicos.

Indice Geral

Você já passou por uma situação em que ficou em dúvida se ainda tinha tempo para buscar os seus direitos na Justiça? Ou já ouviu falar sobre um prazo “expirado” e não entendeu muito bem o que isso significava? Saber a diferença entre prescrição e decadência é essencial para proteger seus direitos e tomar decisões importantes a tempo.

Esses dois conceitos determinam os prazos que a lei estabelece para tomar medidas jurídicas, mas saber qual se aplica a uma situação específica pode evitar a perda de direitos, prejuízos financeiros ou até mesmo o fim de processos sem solução.

Neste artigo, vamos explicar de forma clara e direta o que é prescrição, o que é decadência, as principais diferenças entre ambos e como isso influencia no seu dia a dia. Trouxemos exemplos práticos e dicas valiosas para ajudar você a identificar cada caso e agir de maneira estratégica.

Explicação conceitual e legal

O que é prescrição?

A prescrição é a perda do direito de exigir judicialmente um direito após o decurso de um prazo estabelecido em lei. Em outras palavras, o direito material continua existindo, mas você não pode mais buscar a sua reparação pela via judicial devido ao tempo decorrido.

A base legal para a prescrição no ordenamento jurídico brasileiro está prevista no Código Civil (Lei 10.406/2002), especialmente nos artigos 189 a 206. O artigo 206, em particular, traz prazos de prescrição específicos para diferentes situações, variando de poucos meses a até 10 anos, dependendo da natureza do direito.

Por exemplo:
Se alguém lhe deve dinheiro e você não cobra a dívida na Justiça dentro do prazo legal (geralmente 5 anos, conforme o artigo 206, § 5º, do Código Civil), você perde o direito de exigir essa dívida por via judicial.

O que é decadência?

A decadência, por sua vez, é a extinção do próprio direito, e não apenas da possibilidade de buscá-lo judicialmente. Em outras palavras, um direito deixa de existir se não for exercido dentro do prazo estipulado.

A decadência está prevista no artigo 207 do Código Civil, que estabelece que prazos decadenciais não podem ser interrompidos ou suspensos. Ela é vinculada ao exercício de um direito potestativo, ou seja, à possibilidade de alterar juridicamente uma relação sem que a outra parte possa impedir.

Um exemplo comum de prazo decadencial está nos artigos 178 e 210 do Código Civil, que tratam, por exemplo, de prazos para anulação de contratos ou para resolução de questões como vícios aparentes em produtos (30 dias ou 90 dias, conforme o artigo 26 do Código de Defesa do Consumidor).

Principais diferenças entre prescrição e decadência

Apesar de parecerem semelhantes (pois ambos envolvem prazos legais), prescrição e decadência possuem características distintas e afetam o direito de maneiras diferentes. Confira o quadro comparativo abaixo:

AspectoPrescriçãoDecadência
O que se perdeApenas o direito de exigir judicialmenteO direito em si
Interrupção ou suspensão do prazoSim, em situações previstas no art. 202 do Código CivilNão, os prazos decadenciais são peremptórios
Natureza do direitoDireitos patrimoniais e disponíveisDireitos potestativos
ExemplosCobrança de uma dívidaPrazo para anular um contrato

Exemplos práticos

Para facilitar a compreensão, veja algumas situações do dia a dia:

1. Caso de prescrição
João emprestou R$ 5.000 para Pedro. O contrato entre eles estabelecia que Pedro deveria devolver o dinheiro até janeiro de 2020. Porém, João não tomou nenhuma providência judicial até julho de 2025. Nesse caso, já se passaram mais de 5 anos desde o vencimento da dívida. Assim, o direito de João de cobrar judicialmente o valor prescreveu. João ainda poderia tentar negociar amigavelmente com Pedro, mas sem o respaldo de uma ação judicial.

2. Caso de decadência
Maria comprou um celular que apresentou defeito 45 dias após a compra. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, Maria tinha até 30 dias (para bens não duráveis) ou 90 dias (para bens duráveis) após constatar o problema para pedir a troca ou reparo. Como Maria perdeu o prazo, ela perdeu o próprio direito de exigir a reparação do defeito.

Dicas práticas e orientações preventivas

Para evitar a perda de direitos devido à prescrição ou decadência, algumas estratégias importantes podem ser adotadas:

  • Controle de prazos: Esteja atento à validade dos seus direitos. Anote datas relevantes, como vencimentos de contratos, garantia de produtos e prazos judiciais.
  • Atenção às notificações: Sempre que houver uma situação pendente, como uma dívida ou um problema com um serviço, notifique as partes envolvidas formalmente e o mais rápido possível. Isso pode ajudar a interromper prazos prescricionais e resguardar seus direitos.
  • Formalização: Sempre registre compromissos, contratos, recibos e comunicações de forma escrita. Isso cria provas para eventual demanda judicial.
  • Planejamento jurídico preventivo: Consulte um advogado antes de fechar contratos, realizar negócios ou até mesmo adquirir bens. Isso pode evitar futuros problemas.

Quando procurar um advogado

Há situações em que é indispensável contar com o auxílio de um advogado para proteger seus direitos:

  • Dúvidas sobre prazos: Um advogado pode determinar se o prazo envolvido em sua situação é prescritivo ou decadencial e sugerir a melhor estratégia.
  • Cobranças judiciais ou extrajudiciais: Caso precise buscar uma reparação financeira ou inscrever um título em protesto.
  • Litígios contratuais: Na necessidade de questionar garantias, revisar contratos ou anular cláusulas.
  • Planejamento preventivo: Antes de fechar negócios, as orientações de um advogado especializado são fundamentais para prever obstáculos e evitar prejuízos.

Contar com suporte jurídico especializado evita a perda irreparável de direitos, além de oferecer mais segurança e clareza para tomar decisões.

Conclusão

Compreender a diferença entre prescrição e decadência é essencial para proteger seus direitos e evitar surpresas desagradáveis. Lembre-se: perder um prazo pode significar a impossibilidade de buscar a Justiça ou até mesmo de exercer um direito.

Seja preventivo e organizado, registrando as informações essenciais e consultando profissionais capacitados sempre que for necessário. Nunca subestime a importância de planejar suas ações e buscar orientação jurídica.

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Douglas Barcala
Assessor Jurídico especializado em Direito Civil, apaixonado por tornar o Direito compreensível e útil no dia a dia, atua oferecendo soluções claras, personalizadas e eficazes.
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