Plano de Saúde Negou Exame? Veja Como Recorrer

Entenda o que fazer quando seu plano de saúde negar a cobertura de um exame. Saiba seus direitos!

Indice Geral

Receber a notícia de que seu plano de saúde negou a cobertura de um exame pode ser um momento de grande preocupação. Afinal, exames médicos costumam ser essenciais para diagnósticos precisos e tratamentos eficazes. Essa negativa pode trazer dúvidas do tipo: “Isso é permitido?”, “O que diz a lei?” e “Como posso recorrer?”. A boa notícia é que você tem direitos garantidos por lei, e este artigo explicará, de forma simples e prática, como agir nessas situações. Fique até o final para saber exatamente como proteger sua saúde e seus direitos.

Explicação conceitual e legal

A relação entre consumidor e plano de saúde

A relação entre o consumidor (paciente) e o plano de saúde é regulada principalmente pela Lei nº 9.656/1998, que estabelece as normas dos planos de saúde no Brasil. Além disso, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), a Constituição Federal e regulações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também desempenham papéis importantes.

De acordo com a Lei nº 9.656/1998, os planos de saúde são obrigados a cobrir um conjunto de procedimentos determinados pela ANS, conhecidos como Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Esse rol inclui exames, tratamentos e procedimentos fundamentais para preservar a saúde dos beneficiários.

Já o Código de Defesa do Consumidor, aplicável aos contratos de plano de saúde, garante que práticas abusivas, como negativa injustificada de cobertura, são proibidas. Segundo o artigo 6º do CDC, o consumidor tem direito à proteção da vida, saúde e segurança, além de acesso à informação clara sobre seus serviços contratados.

O que caracteriza uma negativa abusiva?

Uma negativa de cobertura pode ser considerada abusiva quando:

  • O exame está previsto no contrato ou no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS.
  • A cobertura é negada sem justificativa válida ou com base em cláusulas abusivas.
  • Existe uma urgência médica que exige tratamento imediato, mesmo que o exame não esteja exatamente relacionado ao contrato em debate (conforme determina o artigo 35-C da Lei nº 9.656/1998).

Importante: A jurisprudência brasileira, consolidada em várias decisões, como nas súmulas do STJ, reforça que o plano de saúde não pode limitar o tipo de tratamento ou exame indicado pelo médico, se este estiver relacionado à patologia coberta pelo contrato.

Exemplos práticos ou hipotéticos

Caso 1: João e o exame negado pela operadora

João contratou um plano de saúde com cobertura ambulatorial e hospitalar. Após sentir dores intensas no peito, ele procurou um cardiologista que solicitou um exame de cateterismo cardíaco. A operadora do plano negou o exame, alegando que ele não estava previsto no contrato.

Porém, o Rol da ANS inclui este exame como obrigatório em situações de suspeita de doenças cardíacas graves. Com o apoio de um advogado, João entrou com uma ação judicial e conseguiu uma liminar, exigindo que o plano cobrisse imediatamente o procedimento.

Caso 2: Maria e o exame experimental

Maria foi diagnosticada com câncer e seu médico indicou um exame de última geração, ainda considerado experimental. O plano de saúde negou a cobertura alegando que não há obrigatoriedade em custear tratamentos ou exames experimentais. Neste caso, a negativa é válida, pois, de acordo com o entendimento do STJ e o Rol da ANS, os procedimentos experimentais não estão obrigatoriamente cobertos.

Ainda assim, Maria pode buscar outras formas de ação, como um recurso administrativo ou até mesmo um pedido judicial para custeio solidário, dependendo da urgência e das recomendações médicas.

Dicas práticas e orientações preventivas

Evitar problemas com negativas de exames pelos planos de saúde exige planejamento e conhecimento dos seus direitos. Confira algumas dicas práticas:

  1. Leia o contrato atentamente: Antes de contratar um plano de saúde, estude todas as cláusulas. Preste atenção às coberturas oferecidas, limitações e exclusões.
  2. Acompanhe o Rol da ANS: Verifique se o exame ou tratamento solicitado está no Rol de Procedimentos da ANS, que é atualizado periodicamente.
  3. Solicite justificativa por escrito: Sempre que houver uma negativa, exija que ela seja formalizada, conforme determina a Resolução Normativa nº 395/2016 da ANS.
  4. Guarde documentações médicas: Tenha comprovantes da indicação médica para o procedimento, o que reforça a necessidade do exame.
  5. Entre com recurso administrativo: Muitos problemas são resolvidos diretamente com a operadora ao apresentar um recurso bem fundamentado, com base na legislação e documentos médicos.
  6. Procure orientação jurídica: Em casos mais complexos, o acompanhamento de um advogado especializado pode ser essencial para garantir seus direitos.

Quando procurar um advogado

Existem situações em que acionar um advogado é fundamental para resolver o problema com mais segurança e eficácia:

  • Negativa de cobertura prolongada: Caso o recurso administrativo não tenha sucesso.
  • Situações médicas urgentes: Quando um exame ou tratamento não pode esperar.
  • Ação judicial para liminar: Em casos de urgência, o advogado pode pedir uma decisão liminar para que o plano de saúde seja obrigado a viabilizar o procedimento de imediato.
  • Danos morais: Quando a negativa de exame causa prejuízo à saúde do paciente, levando a complicações sérias, pode haver direito à indenização.

Um profissional especializado ajudará a analisar o contrato, coletar provas e enxergar a melhor estratégia jurídica.

Conclusão

Ter a cobertura de um plano de saúde é um direito que garante não apenas acesso à saúde, mas também tranquilidade para enfrentar momentos difíceis. Entretanto, negativas de exames podem gerar preocupações e até colocar a saúde do paciente em risco.

Neste artigo, vimos que problemas com os planos de saúde podem ser resolvidos por meio de recursos administrativos ou pela Justiça, amparando-se na legislação e no entendimento consolidado dos tribunais. Por isso, esteja sempre atento aos seus direitos, documente todos os acontecimentos e, se necessário, procure auxílio jurídico especializado.

Proteger a saúde e os direitos dos consumidores é uma luta importante, que só pode ser vencida com conhecimento, preparação e apoio apropriado. Não fique desamparado diante de uma negativa!

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Douglas Barcala
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