Empréstimos Não Contratados: Como Reaver Valores?

Descubra como reaver valores de empréstimos não contratados e proteja seus direitos de forma segura.

Indice Geral

Imagine abrir o extrato bancário e perceber que um empréstimo foi realizado em seu nome sem sua autorização. Esse cenário, infelizmente, é mais comum do que muitos imaginam e pode causar uma série de transtornos, como cobranças indevidas, negativação do nome e, em casos mais graves, prejuízos financeiros que afetam a estabilidade de quem foi lesado.

Se você já se encontrou nessa situação, sabe o quanto pode ser uma experiência frustrante e confusa. “O que fazer agora?”, “Como provar que não contratei o empréstimo?”, “Posso pedir o reembolso dos valores debitados?” — são dúvidas que surgem e deixam muitos sem saber como agir.

Neste artigo, vamos explicar de forma simples, mas completa, como funcionam os empréstimos não contratados, quais são seus direitos de acordo com a legislação brasileira e o passo a passo para reaver valores cobrados indevidamente. Vamos juntos descomplicar esse tema para que você tome decisões mais seguras e conscientes.

Explicação conceitual e legal

Os empréstimos não contratados ocorrem quando uma instituição financeira ou correspondente bancário realiza uma operação de crédito sem o consentimento do cliente. Essa prática pode se configurar como abuso de direito ou até mesmo fraude se envolver falsificação de assinaturas ou documentos.

O que diz a legislação brasileira?

A legislação brasileira protege o consumidor quanto a cobranças indevidas. É importante citar algumas normas e dispositivos legais que garantem direitos nesse tipo de situação:

  1. Código de Defesa do Consumidor (CDC)
    • O artigo 42 determina que: “Na cobrança de débitos, o consumidor não poderá ser exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.”
      Além disso, o parágrafo único do mesmo artigo assegura a devolução em dobro dos valores cobrados indevidamente (salvo engano justificável), acrescidos de correção monetária e juros.
  2. Código Civil
    • O artigo 876 prevê que se uma pessoa recebeu algo sem justificativa legal (como valores debitados irregularmente), é obrigada a restituir. “Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir.”
  3. Constituição Federal
    • O artigo 5º, incisos V e X, garante a proteção à honra, imagem e patrimônio das pessoas, cabendo indenização em caso de danos morais ou materiais.

Essas legislações formam a base jurídica para que consumidores possam exigir a restituição dos valores pagos indevidamente, assim como reparação por eventuais danos causados.

Como identificar cobranças indevidas por empréstimos não contratados?

Alguns sinais podem indicar que algo está errado com suas finanças:

  • Débitos recorrentes em sua conta bancária cuja origem você desconhece;
  • Descontos no benefício do INSS, no caso de aposentados ou pensionistas;
  • Informações sobre um empréstimo do qual você não se lembra de ter contratado;
  • Nome negativado em instituições como SPC ou Serasa sem justificativa.

Se você notar qualquer uma dessas situações, é essencial agir rapidamente.

Exemplos práticos

Vamos imaginar alguns exemplos para ilustrar como a situação pode ocorrer na prática:

  1. Caso 1 – João, aposentado pelo INSS
    João, aposentado de 68 anos, notou um desconto mensal no valor de R$ 300 em seu benefício do INSS. Ao investigar, descobriu que estava sendo debitado por um empréstimo consignado que ele jamais solicitou. Após consultar seus extratos, viu que o contrato havia sido realizado sem sua autorização.

Nesse caso, João pode exigir imediatamente a suspensão dos descontos, a devolução, em dobro, dos valores cobrados e, dependendo do caso, até mesmo uma indenização por danos morais, considerando o constrangimento causado.

  1. Caso 2 – Maria, trabalhadora CLT
    Maria, empregada em regime CLT, recebeu uma notificação de um banco mencionando um empréstimo parcelado em seu nome. Desesperada, procurou a instituição, que alegou ter o contrato assinado. Entretanto, Maria verificou que a assinatura constante no documento foi falsificada.
    Com a orientação de um advogado, Maria conseguiu não só cancelar o débito, mas também processar o banco por fraude contratual.

Esses exemplos mostram a importância de monitorar extratos bancários com frequência e agir assim que irregularidades forem identificadas.

O que fazer para reaver valores?

Se você foi vítima de um empréstimo indevido, siga este passo a passo:

1. Contate o banco ou instituição financeira

Faça um contato direto com o banco responsável para informar o problema. Solicite o cancelamento imediato do contrato e a devolução dos valores já debitados.

⚠️ Dica: Sempre registre a reclamação de forma oficial (via e-mail ou protocolo de atendimento), para que você tenha provas de que tentou resolver a questão extrajudicialmente.

2. Abra uma reclamação em órgãos de defesa do consumidor

Caso o banco não resolva o problema com agilidade, registre sua reclamação no Procon ou na plataforma Consumidor.gov.br. Essas ferramentas ajudam a pressionar a instituição.

3. Formalize uma denúncia no INSS (para aposentados e pensionistas)

Se você for um beneficiário do INSS, procure o órgão solicitando a suspensão de descontos e peça uma auditoria no benefício.

4. Ação judicial

Se as tentativas anteriores não forem suficientes, ingresse com uma ação judicial. Um advogado pode orientá-lo a pedir:

  • Cancelamento imediato do contrato;
  • Devolução em dobro dos valores cobrados;
  • Indenização por danos morais, quando aplicável.

Prevenção: Como evitar problemas com empréstimos não contratados?

Embora nem sempre seja possível evitar a ação de fraudadores, algumas medidas preventivas podem ajudar:

  • Monitore seus extratos regularmente – Verifique débitos suspeitos ou valores desconhecidos.
  • Bloqueie empréstimos consignados no INSS – Aposentados e pensionistas podem solicitar o bloqueio prévio diretamente no Meu INSS.
  • Não forneça seus dados pessoais com facilidade – Evite compartilhar informações como RG, CPF ou número de benefício com terceiros ou desconhecidos.
  • Cuidado com ligações ou mensagens falsas – Fraudadores costumam se passar por representantes de bancos para coletar dados.

A prevenção é o maior aliado para proteger suas finanças e evitar surpresas desagradáveis.

Quando procurar um advogado?

Embora algumas etapas possam ser resolvidas diretamente com o banco ou órgãos de defesa do consumidor, há situações em que o apoio jurídico é indispensável:

  • Quando a instituição financeira se recusa a devolver os valores.
  • Quando há indícios claros de fraude.
  • Para ingressar com uma ação judicial de restituição ou indenização.
  • Em casos de danos morais significativos, como negativação indevida ou dificuldades financeiras graves.

Um advogado especializado em Direito Civil, pode atuar estrategicamente para proteger seus interesses e garantir todos os direitos previstos na legislação.

Conclusão

Cobranças indevidas por empréstimos não contratados são situações graves que demandam atenção e ação imediata. Conhecer os seus direitos e saber como agir são os primeiros passos para resolver o problema e evitar maiores prejuízos.

Seja monitorando seus extratos, bloqueando débitos fraudulentos ou buscando apoio jurídico, o importante é não permitir que essa prática afete sua estabilidade financeira e emocional.

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Douglas Barcala
Assessor Jurídico especializado em Direito Civil, apaixonado por tornar o Direito compreensível e útil no dia a dia, atua oferecendo soluções claras, personalizadas e eficazes.
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